terça-feira, 31 de julho de 2012

dia #135 - helô

durante o dia, enquanto trabalhava, interrompia minha concentração para observar os bonequinhos que ficam sobre a minha mesa: a mafalda, o mestre yoda, uma vaquinha e uma girafa que se mexem quando apertamos o botão debaixo delas. agora, antes de ir me deitar, fiquei pensando se esses bonequinhos representam algo da minha personalidade. é meio que uma viagem, mas, pensando bem, a flexibilidade da vaquinha e da girafa, em algumas situações, me cairia muito bem.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

dia #134 - Carlos

Enquanto os colunistas dos jornais não se permitem sonhar além da obviedade do mundo, o artista sonha até mesmo na desgraça.

Cansei da facilidade como a tinta dos jornais se desprende do papel. Troquei-a pelo colorido das histórias em quadrinhos.

dia #134 - helô

montanha russa de temperatura, montanha russa de vida, montanha russa de altos e baixos e altos e baixos e altos e altos e altos e altos e baixos e altos e baixos e altos e... ai que frio na barriga!

mudanças remexem a gente por dentro. benvindas, inesperadas, muito loucas, pequerruchas. o importante é o movimento.

mestre yoda me olha, do alto do Volp, com seus olhinhos enrugados e saltados. seus três dedos fazem conchinha da mão esquerda. <3

dia #133 - helô e carlos

ganhamos ingressos de cinema e fomos assistir ao último filme da trilogia batman. de todos os super-heróis, ele é o nosso preferido, tanto nos quadrinhos (carlos) como na série de tevê bizarra dos anos 1960 (helô), que ensinou várias onomatopeias e o bordão do robin, um clássico do infame: "santa maravilha, batman!". entramos no cinema ansiosos, ficamos quase meia hora na fila para pegar um lugar bom. saímos do cinema até com medo de encontrar uma são paulo parecida com a gotham decadente do filme. santa padroeira dos filmes bons, chris nolan! queremos mais!

domingo, 29 de julho de 2012

dia #132 - Carlos e helô

Dona Rosa Corvina nasceu e viveu parte da sua vida no Teatro Municipal. Neta de imigrantes italianos, seu avô foi um dos operários responsáveis pela construção do teatro, tornando-se, em seguida, seu zelador, tarefa que legou ao filho, pai de Dona Rosa.

A menina que cresceu entre a coxia, os camarins e os palcos, colecionou fotos autografadas, conheceu muita gente, inclusive Mario de Andrade e Tarsila do Amaral, aprendeu a tocar piano, amar a música, o teatro, as histórias... Histórias que nos contou percorrendo os murais da exposição que a homenageia, organizada por seu amigo, Dario. “O Dario, vocês o conhecem?”

Guardaremos com alegria as memórias dessa tarde com Dona Rosa, principalmente por termos sido escolhidos, em meio a tantos que passavam pela exposição, para receber da homenageada, o prazer da sua companhia e o privilégio de ouvir suas histórias.


***

PS. Nesse cantinho de São Paulo servem a melhor combinação açaí + mate + guaraná que esse casal já provou (ótimo para se tomar em veranicos de inverno, como o de hoje):



sábado, 28 de julho de 2012

dia #131 - helô

os jogos olímpicos sempre me fascinaram, seja pelo espírito esportivo em si, com toda a superação dos atletas, seja pela união de tantas nacionalidades em um só local. teve uma época da minha infância em que amava ginástica olímpica e queria ser nadia comanecci, mesmo com todos os problemas que ela enfrentou; na adolescência, queria nadar nas águas por onde gustavo borges passou. nada disso aconteceu, esses sonhos não vingaram, mas nunca perco a abertura dos jogos e sempre me imagino no estádio vendo aquele show ao vivo. a abertura dos jogos desse ano, para mim, foi especial. percebi o poder inglês na minha formação cultural e vi o quanto a sensibilidade deles na arte é incrível. hoje, em vez de me imaginar como espectadora, me vi mary popins, mas pousando no estádio com meu guarda-chuva azul de bolinhas azuis.

dia #131 - Carlos

Uma xícara de café e bolinhos de chuva.
Algumas coisas tem sabor de um outro tempo, de tempo vivido.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

dia #130 - helô

toda vez que vou buscar ou entregar trabalho na lafonte/escala educacional, volto carregada de livros infantis ou hqs. é como ir ao parque de diversão de graça e ainda ganhar algodão doce. meus preferidos de hoje foram os da renata bueno. a gente coloca um plástico vermelho sobre uma ilustração bem complexa e, tchã-nan!, uma nova ilustração, que traz a resposta da pergunta feita pela autora, aparece num passe de mágica. diversão garantida.


dia #130 - Carlos

Hoje encarei a louça na pia e senti que precisava de um estímulo para dar conta dela. Escolhi três CDs: Olho de Peixe (Lenine); uma coletânea do Moska, do tempo em que ele ainda se chamava Paulinho Moska; e Aos Vivos (Chico César). Programei o som para alternar faixas e CDs e lavei a louça sem perceber o tempo passar, cantando junto e desperdiçando água...

Sempre achei esses três demais. Eu me lembro que quando eles emplacaram nas rádios de São Paulo, eu estudava à noite e estava no último ano do segundo grau técnico. A Eldorado transmitiu um show ao vivo durante uma aula de Administração e eu ouvi a transmissão pelo fone, enquanto o professor falava alguma coisa sobre o taylorismo.

Lavando a louça e ouvindo cada letra, só confirmei como, naqueles idos dos anos 90, o melhor a aprender era gostar de Moska, Lenine e Chico César.

Taylor não se incomodou em esperar.

dia #129 - helô

como uma pessoa pode ter escrito tantas fábulas na vida? como várias pessoas podem ter escrito, de forma tão coesa, a bíblia? como alguém pode ter morrido de overdose de café por ter querido retratar a vida? como alguém escreveu um livro inteirinho sem a letra "e"? como uma barata poderia se tornar um dos personagens mais famosos da literatura e ser quase sinônimo de seu criador? quem inventou a fórmula da escrita, os best-sellers? a tevê? o cinema? o roteirista? o dramaturgo? o romancista? o poeta? são tantos tipos de texto, tantas vidas, tantos retratos humanos, retratos da vida, tanta riqueza em letras, em palavras, em ideias, em sentimentos, em fantasia. quanto poder têm os escritores e que privilégio é poder criar com as palavras!

***

adorei o post de hoje do carlos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

dia #129 - Carlos

Hoje é dia do escritor. Um dia tão importante quanto o dia do amigo. Esses dois dias podiam ser comemorados juntos, afinal, quantas vezes um grande escritor não lhe disse algo que você esperava ouvir de um amigo? Ou algo que você disse a um amigo não "ouviu" antes nas palavras de um escritor? Escritores são como verdadeiros amigos. Nos ensinam aquilo que a vida ensinaria a um preço alto, fazendo-nos economizar a dor e esbanjar alegria.

***

"Há coisas piores que queimar livros. Uma delas é não lê-los."
Ray Bradbury (um desses grandes amigos que nos ensinam tanto, morto no mês passado)

dia #128 - Carlos

O entardecer no inverno marca o horizonte com uma faixa rosa que se estende até onde a vista alcança ou os prédios permitem enxergar. Bonito de ver, é uma boa pedida para ficar na janela, mesmo se o vento estiver gelado.

terça-feira, 24 de julho de 2012

dia #128 - helô

fui ao hospital. o que para muitos não é considerado um lugar legal para visitar, para mim também não é. enquanto esperava em um ps lotado, percebi que o número de crianças entre os pacientes era bem grande. apesar de estarem doentinhas, eram todas lindas, sorridentes e de bochechinhas rosadas. tão lindas, como os filhos de minhas colegas que nasceram este ano, que acho que hoje em dia não existem crianças feias, talvez uma em um milhão.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

dia #127 - helô

joão ubaldo ribeiro, no roda viva, a melhor conversa em uma entrevista. foi questionado se era uma pessoa pessimista e ele disse algo mais ou menos assim: "não. ninguém vive sem esperança. se a esperança acaba, para quê viver?". é verdade. a vida nos prega peças de vez em quando, mas perder la ternura não é bom, jamás.

dia #127 - Carlos

Me considero uma pessoa racional. Não cartesiana, mas racional. O que permite, no meu modo de enxergar as coisas, conviver com mais de uma cosmogonia para compreender o mundo e aquilo que nos cerca.

Estou falando isso porque acredito em oráculos. Não só acredito como tenho provas da sua existência – claro que nunca vou usá-las para convencer ninguém de nada. Uma dessas provas é uma gravação, na qual a mulher que fala é uma verdadeira pitonisa do século XXI. Ouvi-la hoje, durante um papo sobre o futuro, foi a certeza de que no universo particular, onde reside tudo aquilo que é subjetivo, o mundo se constrói de muitas maneiras, inclusive daquelas que nos esforçamos para não enxergar. São nesses casos que precisamos de pitonisas, bruxas e feiticeiras.

***

Desculpem pelos dois últimos posts serem de segunda mão, mas como estava acamado, com uma gripe que não ata nem desata, mas que causou umas febres de arrepiar (que trocadilho terrível), só pude compartilhar algumas leituras.

domingo, 22 de julho de 2012

dia #126 - Carlos

"É preciso atingir a vontade de querer retrospectivamente tudo o que aconteceu."

Nietzsche

dia # 126 - helô

depois de um dia cheio, chegar em casa mais cedo, comer uma sopinha de caldo de feijão, tomar um banho e assistir a um filme bem bobo... não, não vou usar o bordão [mas quase!]. :)

sábado, 21 de julho de 2012

dia #125 - Carlos

"... um mundo que caminha entre palavras, discursos,narrativas e esperanças de compreensão."

José Sebbe - historiador e professor

dia #125 - helô

quando falei , na segunda-feira, que ia assistir ao primeiro episódio da última temporado de breaking bad, com a hora já passada da meia-noite, fui otimista ou até mais que otimista... dormimos o sono dos justos minutos de pois de começar. só fui assisti-lo hoje e deixou um pouquinho a desejar. eles fizeram um flashback e continuaram o último capítulo da temporada anterior, para dar uma explicada no que vem no próximo episódio. poderiam ter explicado antes, mas o mistério continua me deixando doida pra ver o próximo episódio. ainda bem que segunda-feira já está aí! :)

dia #124 - Carlos

Depois de uma semana instigante, na qual fui levado a pensar e problematizar muitas questões, volto para casa repleto de dúvidas que servirão como incentivo para a busca de suas respostas. Mas não só isso. Também volto para casa com a certeza de que as dúvidas e os esclarecimentos já me transformaram a ponto de eu almejar novas práticas docentes, metodológicas, sociais e culturais.

O movimento conduz à mudança. Como ouvi dias atrás, quem não se move, está morto.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

dia #124 - helô

início de uma nova parceria que já deu certo, trabalhos fluindo e comidinha bem quentinha no jantar. foi uma sexta-feira com cara de TGIF, com inícios e continuidades sólidos.

***

recebi esse e-mail da minha querida amiga simone. aproveito para agradecê-la e para dedicar esse poema a todos os meus amigos.

AMIGOS
(Vinícius de Moraes)
...
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.

Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. É delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí.

E me envergonho, porque essa minha prece é em síntese, dirigida ao meu bem estar.

Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que não desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

dia #123 - Carlos

O vendedor de balas da Rua Camargo (aquela que começa onde acaba a Eliseu de Almeida) é o vendedor mais simpático com quem tenho tido contato nos últimos dois anos. Além da simpatia nas primeiras horas da manhã - coisa rara nesses dias frios -, antes de colocar os pacotes de balas nos retrovisores dos automóveis, ele entrega a cada um dos motoristas uma bala. Um pequeno regalo capaz de arrancar sorrisos de rostos carrancudos ou displicentes.

Não sei se com isso ele consegue vender mais balas, mas com certeza deixa a manhã de muita gente mais feliz, fazendo com que os motoristas abaixem seus vidros e esqueçam as fronteiras imaginárias que os separam.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

dia #123 - helô

é uma alegria matar a saudade de músicas. essa, para mim, tem um gosto especial de infância e de alegria e de não sei por quê. e eu gosto muito desse artista, do que ele fala e, principalmente, de como ele fala das coisas: é simples.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

dia #122 - Carlos

Minha professora sempre deixou muito claro que, em se tratando de história oral, eu deveria optar, por questões metodológicas e, creio eu, ideológicas, pela obra do italiano Alessandro Portelli. E tem sido ele o responsável por me deixar apaixonado pelo papel social e político da história oral.

Hoje, no terceiro dia do Simpósio de História Pública, trouxe para casa o primeiro livro de ensaios do Portelli traduzido para o português. E, logo no texto da orelha, fica claro que a ênfase dada pela professora, independente das questões teóricas e metodológicas, já se justificaria pela maneira como ele se define:

"Minhas paixões são a igualdade, a liberdade, o ensino, a música popular, a memória, escutar as histórias das pessoas, os livros e os filmes, e o rock and roll".

Ou seja, ele é o que eu chamaria de um cara legal.

dia #122 - helô

a empreitada nos correios. o correio da cidade, que agora é o único e oferece múltiplos serviços  — desde vender telesena, xícaras, pratos estampados com símbolos do patrimônio histórico brasileiro a pagar todo tipo de conta e, claro, postar cartas e objetos – é sempre lotado, tem fila que fica parecendo rabo de gato enrolado para fora da agência. tenho de meditar antes de ir para lá, sério. enfim, corri para o correio pensando em passar pelo menos uns quarenta minutos lá dentro, se eu tivesse sorte. saí com rodinhas nos pés de casa, passei pelo frigorífico, pela loja de um real, pelo cemitério, onde travei uma conversinha com meus avós, pela loja de doces, pelo supermercado bandeira, pela peixaria, pela clínica médica, pela bookcafé [fiquei curiosa...] e cheguei no correio. andei tão rápido que, quando cheguei lá, pareceu que eu estava tendo uma visão: só havia os funcionários do correio dentro da agência e eu! o oásis da comunicação do século passado e que continua muito útil, diga-se de passagem! contabilizando a sorte: demorei dez minutos para chegar na agência, dois minutos para postar a carta e mais dez minutos para chegar em casa com a sensação de dever cumprido, de ser a pessoa mais sortuda do mundo naquele instante e com o gostinho de mais uma novidade na minha vida neste ano.

dia #121 - Carlos

Quando o trânsito parou e não havia mais rota alternativa para escapar dele, sobrou olhar a paisagem e os "vizinhos". Um deles, em cada intervalo de primeira marcha e ponto morto, lia uma HQ do Lanterna Verde (provavelmente uma dos Novos 52)... Puxa, quem me dera ter uma do homem-morcego no banco do passageiro. Pois é, São Paulo oferece essas leituras inusitadas e desesperadas... Amo essa cidade.

terça-feira, 17 de julho de 2012

dia #121 - helô

chove lá fora e aqui faz tanto frio... 

com muitos casacos dentro de casa, uma touca que posso dizer que não me favorece muito, mas esquenta minha testa, e duas meias, uma delas de lã. 
o livro sobre a mesa está com a capa envergada, tamanha a umidade. as calopsitas ficam juntinhas e nem têm vontade de cantar.
é tanta chuva que a estrada que me leva ao escritório alagou e meu trabalho ficou ilhado. 

mas como é bom um dia assim, chuvoso, frio. as pessoas ficam mais pensativas, recolhidas. não ouvi uma musiquinha de propaganda eleitoral no ritmo sertanejo universitário ou tecnobrega; a chuva apagou o jeito caliente e irritante de nos fazerem decorar os números dos candidatos [não sei quem é 15000, mas me lembrarei dele, com certeza], o que só mostra a seriedade do processo eleitoral, claro.
para arrematar o dia chuvoso e calmo, dani e eu demos muita risada e começamos nosso projeto, mas agora na parte virtual.

a semente precisa de chuva para brotar. chove chuva, chove sem parar...

dia #120 - helô

foram seis meses de espera, seis meses de suspense, mas o melhor do dia está a cinco minutos de acontecer: vamos ver o primeiro episódio da última temporada de breaking bad, série que tem O melhor vilão e O melhor roteiro de toda a história das séries norte-americanas. [só espero que no último episódio ele não morra. descobri hoje o final do house, depois de ter ermitado para não saber o que tinha acontecido, fui ler o título do episódio...]

dia #120 - Carlos

Hoje, no primeiro dia do Simpósio Internacional de História Pública, além do prazer de rever os amigos e compartilhar com eles pontos de vista e ideias acerca do nosso ofício, ampliei, consideravelmente, o meu olhar em torno das novas linguagens capazes de ampliar o alcance da História.

Até sexta-feira tem muito mais.

domingo, 15 de julho de 2012

dia #119 - helô

a manhã de hoje foi tão fria quanto o resto do dia. pensei, logo que pisei fora de casa: vou passar frio. e passei mesmo. mas cada vento gelado que batia na minha cabeça, porque eu tinha esquecido a boina, fazia eu lembrar que o dia passava rápido e que, em poucas horas, eu estaria de volta em casa. o curso ensinou muitas mágicas no photoshop, o ônibus da volta estava superlotado, era mágica caber sempre mais um lá dentro. antes de chegar em casa, resolvemos passar na padaria; esse frio pede uma comida gostosa. então, vi uma torta lindona e pedi um pedaço. mas me deram dois, um de brinde, pela simpatia, disse o atendente. então, fiquei pensando: a educação soa como mágica para algumas pessoas e, às vezes, tem até o poder de multiplicar os pães! :)

dia #119 - Carlos

Encerrei a convivência de semanas com um livro que acabo de ler, rompendo, com "Decarisimo", de Piazzolla, o silêncio confortante que a leitura requereu nesses dias, e desvencilhando-me da solidão ao compartilhar, forçadamente, com os vizinhos, as notas do bandoneon do mestre argentino.

dia #118 - helô

faz alguns dias que a mágica do cotidiano está aparecendo nas fábulas do la fontaine. e é uma mágica de abrir os olhos, sem truques. a cada fábula lida, um retrato da sociedade da época e um retrato fiel dos lados feio e bonito do ser humano desde que ele existe. moral da história: essência, ou espírito, ou alma do ser humano não muda; nem com o tempo nem com insistentes tentativas: é o que é.

dia #118 - Carlos

Não duvido que as nossas melhores ideias são lampejos provocados por aquilo que nossa sensibilidade não permite passar desapercebido.

Hoje, em meio a uma fala e outra, uma trilha sonora e outra, o desejo de escrever tomou conta de mim. Lancei as ideias no papel. Agora é torcer para que frutifiquem-se histórias.

sábado, 14 de julho de 2012

dia #117 - helô

arrumar a nossa casa e passar mais tempo nela tornou hábitos rotineiros em diversão e risada, preguiça em criatividade, mão na massa em parceria. me surpreendo todos os dias em como esse processo de  organizar a vida, fazer escolhas e excluir o desnecessário funciona.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

dia #117 - Carlos

Por dois dias consecutivos, cozinhar tem sido uma diversão. Escolher o que comprar e o que fazer com o que se comprou, pode parecer muito fácil para quem cozinha cotidianamente, mas, para mim, é um desafio que o tempo livre das férias me permite transformar em diversão - gostosa, diga-se de passagem.

dia #116 - Carlos

Sem conhecer nada de meditaçao, passei o dia de cabeça fresca.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

dia #116 - helô

hoje foi o dia dos vídeos inspiradores. primeio o que compartilhou a simone, sobre a mudança : "O mais importante é a mudança. Porque se você tem mais medo da mudança do que da desgraça, você não impede a desgraça. (Max Frisch)

A mudança, o movimento, o dinamismo, a energia... só o que está morto não muda. (Edson Marques)"

depois, recebi da bethy outro vídeo, com eduardo galeano. é este que está aí embaixo.

dia #115 - Carlos e helô

Comemoramos mais um ano de vida da tia Marina - sempre nos ensinando que a felicidade é assim, fácil, fácil!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

dia #114 - Carlos

O repertório das praças de alimentaçao é sempre o mesmo: Djavam, Zé Ramalho, Jorge Vercilo, Alceu Valença, Kid Abelha... Será? Não sei. Só sei que acertei essa sequência em uma praça de alimentaçao e tenho certeza que é a mesma que ouvi outro dia, em outra praça de alimentação.

dia #114 - helô

chegar em casa e ver tudo em seus devidos lugares, assim como na vida.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

dia #113 - Carlos

Tirei o dia para arrumar as estantes, as gavetas, o criado mudo e todo canto que abrigasse algum livro ou papel. O que parecia penoso à primeira vista, tornou-se uma diversão. Encontrar livros que se perderam no meio dos outros, bilhetes perdidos entre suas páginas e dedicatórias de amigos e alunos, compensou o cansaço, a dor nas pernas e me motivou a não desistir da arrumação que estava prevista para dois dias, mas que se encerrou hoje mesmo. Entre os papéis, o grande achado foram recados de alunos que hoje já estão na universidade, escrevendo suas próprias histórias. Esses registros da passagem deles na minha vida são a garantia de que eles sempre continuarão presentes, mesmo quando estão distantes.

dia #113 - helô

as férias passavam e eu ficava só na esperança de ver os papéis, acumulados no escritório, irem embora. mas hoje, como num passe de mágica, eles foram embora, as estantes ficaram arrumadíssimas e encontramos vários livros iguais, que virarão presentes para amigos. esse nove de julho foi realmente revolucionário.

domingo, 8 de julho de 2012

dia #112 - helô

a manhã fria, a garoa na cara, o vento cortando a pele: bem-vindo, agora sim, inverno!

dia #112 - Carlos

No post de ontem, falei sobre celebrar a vida. Enquanto escrevia, tinha em mente que a celebração a qual me referia não era a mesma que praticamos em uma festa, ou numa farra qualquer acompanhado dos amigos. Hoje, isso ficou ainda mais claro depois de um papo com meu amigo (que, pelo sobrenome - de Castro -, bem poderia ser meu parente do lado materno) Ernesto. Ele, um tipo de "lobo da estepe" averso a modismos de todo o tipo, dizia que celebrar a vida não tem nada a ver com a edição que fazemos da vida, escolhendo as melhores fotos que serão publicadas em sites ou compartilhadas no facebook, muito menos brindarmos com copos cheios as conquistas. Segundo ele, celebrar a vida é termos consciência da sua complexidade, apreendendo o que ela nos ensina e tirando o máximo de proveito desses ensinamentos. Celebrar a vida é, antes de tudo, não desperdiçá-la.

Ernesto quase nunca está presente, mas, quando aparece, sempre me lembra que a vida É. Ou seja, não é o que pensamos ser.

dia #111 - helô

além de ter sido um dia de celebração da vida, da "queima de véus", como diria osho, minha crocs, de sapa virou princesa. mas não qualquer princesa, agora a força com ela está.


sábado, 7 de julho de 2012

dia #111 - Carlos

Deixar o carro na rua e caminhar, olhar o entorno, escolher o lugar ideal para o papo, o café e a celebração da vida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

dia #110 - Carlos

Ponto final

Seguindo as calçadas de pedra, percorria ruas e buscava encontrar o lugar, que, por puro descuido, deixei de anotar o endereço. Na andança, tropecei e, quando vi, estava na esquina da noite, carregado pelo vento, com um cigarro apagado entre os dedos. Atravessei um batente sem porta e encontrei um salão em que uma poltrona vazia convidava-me a ficar. O pianista corria languidamente os dedos sobre as teclas de um piano sem som. “O que vai beber?”, perguntou-me uma jovem. Balbuciei algo em resposta. Deixei o cigarro apagado sobre o cinzeiro. A jovem voltou e trouxe na bandeja uma caixa que colocou sobre a mesa. Retirei a tampa com desprezo e vi, no interior, um vazio pequenino que tomava, pouco a pouco, toda a caixa e cobria um livro no qual se lia Toda a História. Fechei-a, acendi o cigarro e, junto com a sua fumaça, preenchi um guardanapo com essas linhas que encerro agora. O piano fez-se ouvir junto com o ponto final.

dia #110 - helô

fui até a 25 de março hoje para resolver umas coisinhas. chegou um momento do dia em que a fome começou a me chamar: "helooooooooô". então, fui em busca da falada esfiha perfeita de coalhada. andei, me informei, liguei para a minha sogra e cheguei a um restaurante lo-ta-do. comer em pé e esmagada poderia ter sido ruim, mas, na primeira mordida... huuummm... que delícia! e o kibe frito recheado então? recomendo, apesar dos malabarismos que tem de se fazer para conseguir pedir e comer lá dentro [mas na 25 vale tudo], o restaurante Raful. e a quantidade de doces que vou ter de voltar lá para experimentar? ah, muito bonitos! e devem ser uma delícia, delícia...! :s rs

dia #109 - Carlos

por Bruno Justi

quinta-feira, 5 de julho de 2012

dia #109 - helô

colocar em prática e em palavras, dar forma e manchar uma página em branco com ideias, que são e virão a ser, é começar a transformar o pensamento em  algo concreto. pura magia da realização.

***

ajudar e ser ajudado tem se tornado algo real na minha vida. :D

quarta-feira, 4 de julho de 2012

dia #108 - Carlos

O inesperado, quando traz boas novas, transforma-se na luz de um farol... para onde navegamos buscando atracar nossa esperança.

dia #108 - helô

quando você acredita que é o único que passa por situações estranhas, para dizer o mínimo, e numa conversa descobre que há pessoas que passam pelas mesmas coisas, você se sente menos sozinho nesse mundão. este ano, tenho tido provas concretas de que nada acontece por acaso e que também não é por acaso que as pessoas entram e saem das nossas vidas. eu só tenho a agradecer pelos encontros e desencontros desse ano.

terça-feira, 3 de julho de 2012

dia #107 - helô

muitas vezes você é julgado por querer algo diferente do que as pessoas querem. por exemplo: você tem uma grande aptidão para a música, para as artes plásticas, para a literatura, para línguas, para ensinar, mas você, até mesmo dentro de sua família, é julgado como menor, pois nada disso daí, que você gosta e em que você é melhor, “dá dinheiro”. outras vezes você quer pôr seus sonhos em prática, ou quer ir morar sozinho, viajar de mochila nas costas, largar seu emprego clt, encarar o mundo com seus próprios olhos, receber do mundo o que ele tem pra oferecer, de bom e de ruim, mas, em troca, recebe olhares desconfiados e palavras que querem dizer totalmente o contrário do que disseram.
hoje, um amigo do carlos, o bruno justi, mandou um link para ele de uma página do facebook em que colocou algumas de suas fotografias, lindas. o bruno também é músico, e dos bons. um dia, depois de ter se dedicado bastante aos estudos da música, mas trabalhando clt, conseguiu uma bolsa para estudar nos eua. e foi. deixou o emprego "fixo", a família, e foi atrás do seu sonho. parabéns, bruno, pela determinação, pela coragem e por não abandonar o que gosta.

***

hoje, também, enviei toda a papelada para a biblioteca nacional. em breve, o coletivo pomar vai ter um prefixo editorial e vai poder sementear por aí.

dia #107 - Carlos

No último sábado, voltando para a casa depois de ter assistido ao filme Terra e Liberdade, desci a Rua Padre João Manuel lentamente, forçado a desviar dos automóveis luxuosos que paravam, indiscriminadamente, diante dos restaurantes frequentados pela burguesia paulistana. Manobristas em êxtase corriam, abriam as portas dos carros e recebiam alegremente os clientes, enquanto as duas faixas da rua ficavam interditadas. Mais adiante, na Av. Europa, a lentidão era causada por aqueles que desaceleravam para deslumbrar os carros importados expostos nas vitrines das concessionárias. Alguns fotografavam dos carros, outros caminhavam nas calçadas, acompanhados da família, fotografando... E eu com o Terra e Liberdade na cabeça, os olhos marejados pela história daqueles que entregaram suas vidas por um mundo liberto do fascismo e socialmente mais justo... Alguma coisa estava errada entre o que se passava na minha cabeça e aquilo que os meus olhos presenciavam. Claro, a História sempre me explicou o que se passava, mas na hora me faltou clareza para entender como os sonhos do passado culminaram naquilo. Hoje, ouvindo Índios, da Legião Urbana, estava lá o que eu queria ter pensado no sábado:

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.

dia#106 - Carlos

Hoje rememorei pessoas que tiveram uma passagem rápida pela minha vida. Nada convencionais, essas personagens gravaram em mim impressões singulares do mundo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

dia #106 - helô

mais uma vez, hoje, termino o dia com uma sensação de leveza. a letra da música não tem muito a ver com a sensação, mas a melodia sim. ah, e também o refrão! :)


p.s.: eu bem que queria estar mergulhando nesse marzão...

dia #105 - Carlos

Sou

Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada.

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

domingo, 1 de julho de 2012

dia 105 - helô

a melhor frase que li hoje, atribuída a ovídio [em um bestseller - quem disse que o pop não traz cultura?], em homenagem aos vegetarianos:

"A paz predominava no mundo — até que um cérebro fútil
Invejou a alimentação dos leões e preparou
Um banquete de carne para satisfazer sua gula..."